“The rebuild is done”, com estas palavras Pierre Dorion, General Manager do Ottawa Senators sugeriu que a reconstrução da franquia estivesse concluída. Após o bom resultado da temporada 2016-17, onde chegou às finais de conferência, o desempenho nos anos seguintes não foi o mesmo, levando a uma reconstrução. Mas será que esta afirmação realmente vale para os Senators? Vamos aos fatos:

O que é um rebuild?

Um rebuild ou reconstrução, é basicamente começar do zero uma franquia, baseada em um núcleo de jovens talentos que no futuro serão a base de um bom time. Todas as franquias em algum momento da sua história passaram ou irão passar por um rebuild e esta tarefa de reconstruir uma equipe normalmente é um processo realizado a longo prazo. 

Para conseguir estes jovens talentos, as equipes trocam jogadores experientes por prospectos e futuras escolhas, assinam bons contratos durante a free agency, além de terminarem a temporada regular nas últimas posições, o que pode normalmente render as melhores escolhas do próximo draft. Vamos usar como exemplo o Pittsburgh Penguins que tinha a primeira escolha do draft nos anos de 2003 e 2005 e a segunda escolha em 2004 e 2006, onde selecionou respectivamente Marc-André Fleury, Sidney Crosby, Evgeni Malkin e Jordan Staal. Estava formado o núcleo de jovens talentos que conquistou a Stanley Cup na temporada 2008-09.

Recordar é viver, 2016-17 o ano quase perfeito

Voltando para  a temporada 2016-17, na qual os Senators alcançaram os playoffs e chegaram até a final de conferência, onde foram eliminados no jogo sete pelos futuros campeões da Stanley Cup, o Pittsburgh Penguins. A equipe possuía nomes como o goleiro Craig Anderson, os defensores Erik Karlsson, Dion Phaneuf, Mark Borowiecki, Cody Ceci e os atacantes Kyle Turris, Mark Stone, Mike Hoffman, Ryan Dzingel, Derick Brassard, Jean-Gabriel Pageau, Zach Smith, Bobby Ryan, entre outros.

Para a temporada 2017-18, os Senators mantiveram a base e ainda contaram com a chegada de Matt Duchene e a ascensão do jovem defensor Thomas Chabot. Porém, isto não evitou uma sétima colocação dentro da Divisão Atlântica.

Thomas Chabot
Defensor Thomas Chabot, peça base no rebuild do Ottawa Senators. (Foto: Cody Glenn/Icon Sportswire via Getty Images)

O rebuild

Em 23 de setembro de 2018, os Senators trocaram o defensor Erik Karlsson com o San Jose Sharks e iniciaram a formação da base jovem, eram os primeiros passos do rebuild do Ottawa Senators. Com as adições de Chris Tierney e Dylan DeMelo, vindos da troca de Karlsson para os Sharks, além de Brady Tkachuk quarta escolha do draft 2018 e o surgimento de Drake Batherson e Colin White, não evitaram a última posição na Divisão Atlântica na temporada 2018-19.

A temporada 2019-20 serviu para consolidar Tkachuk e Chabot como os futuros líderes da franquia e definir que um substituto para o gol era necessário. Connor Brown e Nikita Zaitsev chegam, Nick Paul e Erik Brannstrom começam a ganhar minutos. Haviam sinais claros de que a reconstrução estava em um bom caminho. 

Em 2020-21 Matt Murray chega para substituir o veterano goleiro Craig Anderson, além dos defensores Artem Zub, Joshua Brown e Victor Mete, o atacante Austin Watson também reforça o elenco. Escolhas de drafts passam a fazer parte do elenco e participam ativamente da temporada, como Tim Stützle, Shane Pinto, Alex Formenton e Joshua Norris. A sexta posição na Divisão Canadense não é de grande relevância, visto o que o time estava mostrando ser capaz de fazer.

Para finalizar a montagem do elenco em 2021-22, chegam o atacante Zachary Sanford e os defensores Michael Del Zotto e Nick Holden, curiosamente os veteranos da equipe com 31 e 34 anos respectivamente. O ataque conta com média de apenas 24 anos e a defesa 27 anos.

(Foto: Matt Zambonin/Freestyle Photography/Getty Images)

O que esperar de 2021-22

Apesar de uma base jovem, talentosa e forte, liderada por Chabot e Tkachuk, os Senators dificilmente estarão nos playoffs este ano, mas deverão tirar pontos e atrapalhar  várias equipes que o buscam. Se os Senators seguirem com o mesmo planejamento, o futuro deve ser brilhante. Para a temporada 2021-22, faltava resolver apenas uma situação, a renovação do contrato de Brady Tkachuk, que ocorreu na última quinta-feira (14), garantindo o camisa 7 até a temporada 2028-29.