Marco Rossi era um prospect do Minnesota Wild por menos de uma hora quando fez a primeira declaração ousada de sua carreira na NHL.

Questionado sobre quando ele acredita que estará preparado para fazer sua estreia no Wild, Rossi, a escolha número 9 no Draft 2020 da NHL, não hesitou em responder. Durante a primeira rodada do draft em 6 de outubro, ele afirmou:

Estou preparado, 100%.

Questionado mais tarde, para dar mais detalhes, o austríaco de 19 anos voltou a dar uma explicação rápida e sucinta.

É um encaixe perfeito. Eles precisam de um center, eu sou um center e eu estou 100% preparado.

A confiança claramente não é uma preocupação quando se trata de Rossi, que marcou 120 pontos (39 gols e 81 assistências) em 56 jogos pelo Ottawa na temporada passada da Ontario Hockey League, liderando a Canadian Hockey League (OHL, QMJHL, WHL) em assistências e pontos.

O GM do Wild, Bill Guerin, disse:

Ele tem uma atitude confiante com ele. Ele acredita em si mesmo. Ele vai apostar em si mesmo. Se ele pode entrar e jogar bem o suficiente, ele pode produzir no time. Do contrário, vamos descobrir o que é melhor para ele. Gosto que ele tenha confiança.

Rossi tem motivação e resistência mental também, coisas intangíveis que ele tinha desde os 13 anos de idade e sentava no banco do passageiro em viagens diárias de carro, ida e volta, de três horas com seu pai, Michael, de sua cidade natal de Rankweil, Áustria, a Zurique, Suíça, para que ele pudesse jogar em um programa melhor e se desafiar a melhorar e crescer como jogador de hockey.

Rossi jogou no sistema da ZSC Lions. Ele acabou chegando ao GCK Lions, afiliado do ZSC na Liga Suíça, a divisão profissional de segundo nível na Suíça.

Michael Rossi relatou:

Eu ia para o trabalho iniciando às 6h e procurava obter às minhas oito horas antes das 15h. Eu chegava em casa, pegava meu filho às 16h. Ele costumava fazer o dever de casa junto com minha esposa, e às 16h30 iriamos para Zurique. Chegávamos lá por volta das 18h. Ele tinha que iniciar com off-ice por volta das 18h30, começar com o treino às 19h30 até as 21h. Ele sairia, eu diria que às 22h, e chegaríamos em casa às 23h30; se trânsito, meia-noite.

As viagens a Zurique afetaram o nível de estresse e o corpo de Michael. Ele estava trabalhando com marketing imobiliário, mas perdendo e-mails e tarefas ao mesmo tempo que garantia que Marco treinasse na hora certa.

Ele acabou tendo que deixar seu emprego e encontrar outro. Mas isso não parou o estresse.

Suas costas doíam. Ele não conseguia dormir bem.

Marco se lembra de seu pai, um defensor que jogou profissionalmente por 20 anos na Áustria, passando a saída da rodovia e dirigindo mais uma hora antes de perceber. Ele se lembra de ter visto seu pai suando enquanto dirigia.

Michael acrescentou:

A semana inteira, a rotina era muito difícil, e no fim de semana eu também ia trabalhar. Meu chefe não queria que eu enlouquecesse com hockey e trabalho junto. Ele disse: ‘Michael, você deve tomar uma decisão, não pode continuar assim, não é saudável para você’. Então parei e aceitei outro emprego, e fiz de novo. O problema foi o mesmo depois de alguns anos.

Marco se preocupava com seu pai todos os dias.

Você dirige quatro anos, tantas (horas), que acha que pode dar errado uma vez, talvez um acidente de carro, qualquer coisa assim. Eu estava rezando o tempo todo porque não é normal o que minha família fez por mim. Não há palavras para agradecer o que eles fizeram por mim.

Michael sabia por experiência própria o quão talentoso seu filho era e como esse talento tinha que ser aprimorado. Ele sabia que Marco precisava ser desafiado e que ele iria encontrar isso em Zurique.

A última vez que dirigimos para Zurique, indo e voltando, eu pensei, ‘Caramba, como fizemos isso?’. Eu estava suando, literalmente suando. Não posso acreditar que fizemos isso por quatro anos. Mas quando converso com Marco agora, ele me diz que acha que isso o deixou mentalmente forte. Ele me disse que toda vez que íamos para Zurique, ele sentia que era como um jogo fora de casa.

Marco disse que desenvolveu seu compromisso com o jogo durante as viagens de carro.

Aos 13 anos, percebi que não faria isso apenas por diversão, dirigindo por tantas horas para treinar e voltar. Desde então, eu realmente levei a sério e disse: ‘Ok, se eu fizer isso, um dia quero ser jogador de hockey na melhor liga do mundo.

As viagens de carro pararam quando Marco se mudou para o Canadá para jogar pelo Ottawa no início da temporada 2018-19. A saúde de Michael também começou a melhorar, seu nível de estresse diminuiu.

Foi a melhor decisão. Acho que esta foi a última coisa para obter o quebra-cabeça completo de Marco Rossi então ele poderia conduzir a vida sozinho, crescer como pessoa. Acho que foi muito, muito bom para Marco. Ottawa fez um trabalho incrível. Toda vez que eu chegava em Ottawa, ele estava crescendo mais. Eu podia ver isso. Ele era inacreditável. Eu estava muito orgulhoso de Marco.

Seu orgulho cresceu na noite do draft, quando o primeiro passo no sonho de Marco se tornou realidade.

Não foi apenas por diversão. Para mim não havia dúvida ao ajudá-lo a fazer isso. E Marco era uma besta todos os dias. Ele ainda é uma besta.

Acho que Marco está 100% preparado.

Texto traduzido. Para ler o original clique aqui.

Foto: Reprodução/NHL