O Vegas Golden Knights é o segundo time mais novo da liga – atrás apenas do estreante Seattle Kraken. Em cinco temporadas o time foi quatro vezes aos playoffs, em seu primeiro ano de existência chegou a final da Stanley Cup, perdendo para o Washington Capitals mas desde o início demonstrou que seria um time forte e competitivo. Na temporada atual era visto como um dos favoritos para disputar mais uma vez o título, só que por mais que, na teoria, tenha feito todas as movimentações corretas e possua um time competitivo, a franquia encontrou dificuldades e não se classificou para os playoffs.

O que aconteceu com o Vegas Golden Knights?

Vegas terminou a temporada com 43 vitórias e 39 derrotas, sendo oito na prorrogação, um desempenho bem abaixo do esperado para um elenco com o potencial que possui. Na última pós-temporada, apesar de serem vistos como um dos favoritos, o time caiu no terceiro round para o Montréal Canadiens.

Logo, isso fez com que a franquia fosse atrás de algumas mudanças durante a intertemporada. No início da temporada, o Golden Knights fez algumas movimentações importantes, trocou o goleiro Marc-André Fleury para o Chicago Blackhawks pelo prospecto Mikael Hakkarainen para liberar espaço no teto salarial, além da chegada de Jack Eichel que apesar de ter passado por cirurgia conseguiu se recuperar a tempo para atuar em uma parte dessa temporada.

Apesar disso, as trocas não pareceram ter tido os resultados esperados, as mudanças não foram o suficiente para resolver alguns problemas que a franquia enfrenta há várias temporadas. Entretanto, problemas que antes eram contornáveis durante a temporada regular mas que eram determinantes nos playoffs, nesta temporada fizeram o Golden Knights sofrer durante a temporada regular. 

Um dos principais: o baixo índice de finalização correta, apesar de ser um time que atira muito ao gol é um time que marca proporcionalmente menos gols. A equipe finalizou a temporada com uma média de 3,20 gols por jogo, sendo a 12ª equipe da liga nesse quesito, porém, em tiros por jogo a equipe de Nevada se encontra em 8º de toda a liga com uma média de 34,51 chutes ao gol por jogo.

Todavia, outro problema que se estende por mais de uma temporada e que ainda não foi resolvido é o power play, a equipe tem um aproveitamento de 18,4% no quesito, sendo a 25ª de toda a liga. A falta de sucesso em questões ofensivas fizeram total diferença nos playoffs da temporada passada e durante a atual prejudicou ainda mais a franquia. Por exemplo, no jogo contra o New York Islanders  no início da temporada, a franquia chegou a ter 42 chutes ao gol e não conseguiu capitalizar nenhum. Contudo, isso não foi um caso isolado, o problema se repetiu em vários jogos ao longo da temporada.

Lesões afetam diretamente o rendimento

Além de tudo isso, esse ano a franquia sofreu bastante com lesões, nos cinco primeiros jogos dez jogadores perderam pelo menos um jogo, incluindo Mark Stone e Max Pacioretty, jogadores essenciais para o time. O capitão do time Mark Stone sofreu uma lesão em fevereiro e permaneceu afastado do gelo até o início de abril e o seu retorno foi com um desempenho abaixo do esperado.

O time sofreu muito com desfalques ao longo da temporada, em alguns momentos a equipe chegou a bater o recorde da liga e ter sete jogadores (Reilly Smith, Laurent Brossoit, Wiiliam Carrier, Nolan Patrick, Brett Howden, Nicolas Hauge e Jake Bischoff) listados na LTIR (long term injury reserve, lista onde jogadores com lesões que demandam um pouco mais de tempo para tratar vão e ficam indisponíveis por pelo menos dez jogos).

Além deles haviam alguns outros jogadores que iam e voltavam de pequenas lesões fazendo com que o time principal de Vegas jogasse poucas vezes com todo mundo disponível, isso também afetou os resultados da equipe.

Outra questão presente durante a temporada é com os goleiros. Brossoit se machucou durante a temporada e Robin Lehner, que passou um tempo afastado por culpa de uma lesão, voltou a jogar mesmo não estando completamente recuperado, nesta intertemporada precisará passar por uma cirurgia no joelho.

O goleiro Logan Thompson vem cativando a torcida com um estilo de jogo técnico e que lembra o do antigo goleiro Marc-André Fleury, mas nem o melhor goleiro da temporada conseguiria segurar um time que simplesmente não marca.

Nos últimos jogos da temporada a franquia ainda poderia se classificar para os playoffs, os três jogos decisivos foram para shootout e o time de Las Vegas não conseguiu marcar um gol, peças ofensivas como Eichel, Stone e Pacioretty não conseguiram marcar em nenhum dos três shutouts, somado os três possuem 92 pontos ao longo de toda a temporada.

A defesa de Vegas é consistente apesar de tudo, apresenta uma atuação decente nessa temporada. O time leva em média 2,98 gols por jogo, ao todo foram 244 gols levados ao longo da temporada. O penalty kill se manteve estável, apesar de no início da temporada ter preocupado finalizou com uma porcentagem similar a da temporada passada.

Entretanto, há problemas ligados à comissão técnica, os problemas crônicos que não são resolvidos mostram uma limitação técnica e o atual técnico Peter DeBoer parece não saber aproveitar todo o potencial das peças que possui.

Além disso, nas últimas semanas o técnico deu declarações sobre a situação do goleiro Robin Lehner que foram consideradas por muitos fãs como grosseiras, insensíveis e desnecessárias, sendo apenas mais uma das várias questões que DeBoer possui com o time.

Depois da pior temporada da curta história do time é provável que haja uma reformulação, possivelmente a comissão técnica deve ser substituída, e algumas peças do time devem ser trocadas. Muita coisa está para acontecer durante a offseason, se essas mudanças realmente vão acontecer e se elas darãohttps://www.nhlbrasil.com.br/vegas-golden-knights-projeto-de-maior-sucesso-de-uma-expansao-na-nhl/ certo só o tempo poderá dizer. A questão que fica é: os Cavaleiros de Ouro poderão sonhar com um futuro melhor?